- Nada define a música. A música é a música.
- O que importa é a filosofia, de desejar fazer a música, objeto do pensamento.
- Há música dentro de da um de nós
- Quando o maestro não faz nada no gesto, deixa que cada um toque o que deseja. Os músicos estão abandonados à sua sorte.
- Os braços são o centro da vida emotiva do homem, o centro de nossa fala, é o centro eufônico. Por isso eles devem convergir para o centro. Ao se afastar desse centro, não podemos fazer música.
- Esta relação inequívoca entre o gesto e o som, será natural na interpretação? Não. Qual a natureza? É viva. O que eu faço na mão pode afetar o resultado sonoro que desejo obter. È necessário utilizar uma técnica manual fundada sobre a fenomenologia. Isto advém do braço. O “batere” depende do ponto do braço.
- O que transmite o diretor de orquestra? Impulsos e suas resoluções. Não o tempo como pensam alguns! Mas sim o tanto de impulsos e o tanto de resoluções, é isto que transmitimos para o conjunto de músicos, do contrário cada qual faz o arco que deseja, por exemplo, aí vira uma grande confusão. A unificação das arcadas, da coluna de ar, por exemplo, acontecem em função desta relação do impulso e da resolução do braço. Isso não é possível se deixarmos funcionar qualquer coisa de fundamental, a saber o próprio peso do braço.
- Nos fortes, a dinâmica dos sopros deverá ser o suficiente para não encobrir as cordas, ou seja, o máximo de força que as cordas permitam. Não tocar os instrumentos de sopro simplesmente, mas dirigir os sopros com os primeiros violinos, do contrário será uma sucessão de entradas sem sentido.
- Faça tudo como você ama, e veja que seja verdadeiramente compatível com suas idéias.
- O tempo para o maestro e para o compositor é diferente do homem normal. Para o homem normal o tempo é o que vem após o início da música, mas o tempo do processo é o que vem após o fim. O final apoteótico. A cada idéia, uma posição justa da técnica. Não será fácil um músico errar quando a idéia for clara e objetiva. Havendo algum problema, isso pode interferir no tempo, sobre a nitidez do gesto sobre a periodicidade, mas nunca na resposta, na reciprocidade direta e no som. Pode dar um pouco mais de trabalho, mas os braços estão lá e devem passar a idéia correta. Podemos ter uma idéia correta na teoria, mas o que importa é a música na prática. O que chamamos de interpretação é pura ignorância, otimizar só o que está escrito para não precisar utilizar nada mais. Deixar se levar pelo som, não ser mecânico, só isso.
- O que é vibrato afinal? É a maneira pessoal de dar vida a um som, que não pode ser imitado. O vibrato é a dimensão da expressão. O vibrato corresponde à situação, é um objetivo é o caráter do som.
- No começo da carreira, o regente pensa de forma muito intelectual, mas não é a realidade do som. O maestro jovem não vive exatamente o som, mas o reflexo do som na sua consciência. Aí está a discrepância inevitável, há a necessidade de um tempo para o ajuste. Tem de se abandonar o lado pessoal para poder caminha na trajetória de um Mozart, por exemplo.
- O gesto grande o tempo todo, priva o maestro das possibilidades de expressão, o que impede de chegar aonde você deseja. Esse tipo de gesto contradiz com o caminho natural do som para o gesto que se coloca entre o som e a música.
- O que o momento final tem a ver com o momento inicial? Os dois pólos são intocáveis. O que falta é a experiência direta do som, a compreensão, às vezes até difícil de aceitar, que o fim é ao mesmo tempo o início. Não se pode desvincular o fim do começo, tem de haver uma relação da ação do que acontece entre esses dois pontos.
- O que é um concerto? È um momento gratificante, é o momento de avaliar o trabalho que foi feito. O meu trabalho é igualmente uma atividade de criação, que dá a possibilidade de outros participarem deste momento lúdico. A riqueza da experiência de uma apresentação ao vivo nos faz ver e ouvir coisas que jamais serão ouvidas, como cores intermediárias que nunca existirão num CD.
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