Publicação autorizada pelo reverendo e maestro João Wilson Faustini - 20 de maio de 2013
Com estas chaves o maestro abrirá os segredos para a sua verdadeira
excelência (*):
1. A CHAVE DO
EXEMPLO:
Seja um exemplo físico na postura, movimentos e
expressão facial:
Através da empatia, seja uma espelho para o coral,
inspirando-o a cantar e a interpretar com vitalidade e energia, mas com
liberdade e flexibilidade.
Seja um exemplo na liderança e no bom relacionamento:
especialmente com os coristas. Trate-os com respeito, como pessoas, e não como
objetos para alcançar o seu sucesso pessoal. Considere os outros músicos, os
que tenham outras escolas ou técnicas diferentes. Relacione-se sempre bem com
outras pessoas e políticos.
Seja um exemplo de vida: um bom modelo de caráter que
possa imitado. Seja organizado, consciente e focado.
Seja um exemplo de fé: Procure transmitir fé através
da música. Da fé provem a harmonia. As vozes nunca se harmonizarão se não
houver harmonia nos relacionamentos. Da fé provem a paz, a esperança e a
verdadeira alegria.
2. A CHAVE DO
OBJETIVO
Através do canto e da arte coral, com seriedade ou
mesmo através de entretenimento, procure transportar os seus coristas e
ouvintes mais perto do Artista Supremo. A música é o meio mais adequado para
nos elevar até Deus.
3. A CHAVE DA
COMPETÊNCIA
Adquira competência musical: teoria e pratica musical,
harmonia, historia da música, estilos do repertório nacional e internacional.
Desenvolva sua própria voz, dominando a técnica vocal. Aprenda a respirar e a
empostar corretamente sua voz para poder, você mesmo e não outra pessoa,
ensinar com autoridade e corrigir os coristas durante os inúmeros problemas
vocais que podem ocorrer durante o aprendizado das peças. Frequente concertos,
ouça outros corais, ao vivo ou em gravações. Aprenda a por em prática as coisas
boas, que deve imitar, e a reconhecer as coisas ruins, que deve evitar.
Familiarize-se com o repertório das grandes obras corais da literatura,
cantatas, oratórios, missas, os motetos das diversas épocas da historia, e
operas. Conheça os instrumentos da orquestra, e mesmo a literatura orquestral e
organística. Lembre-se de que precisa ser estudioso e aberto a técnicas de
regência ou vocais diferentes. Há muitas maneiras de se cantar corretamente e
há técnicas diferentes de regência, respiração e de emissão da voz, que chegam
a resultados semelhantes.
Tenha competência em sua língua nativa: Aprimore o seu
Português. Aprenda tudo o que puder sobre métrica, poesia, prosódia, prosa,
para poder verificar se há erros de acentuação e manter os tempos fortes dos
compassos coincidindo com os acentos das palavras. Aprenda outras línguas para
cantá-las corretamente.
Aprenda a interpretar textos: Como o canto coral e
canto vocal são uma fusão de texto e música, ambos são importantes para uma
interpretação genuína. Saiba sintetizar e reduzir o conteúdo do texto de uma
estrofe poética ou de um paragrafo em prosa, a uma ou duas palavras apenas.
Aprenda a usar sua expressão fisionômica para criar a atmosfera necessária do
conteúdo do texto encontrado na redução ou síntese. Isto é muito importante
para a verdadeira interpretação de textos, porque dará ao regente não só a
atmosfera, mas também ajustará o andamento e a dinâmica que o texto exige. É
muito fácil de se deixar ser levado pela beleza da música, e ignorar totalmente
o que o texto expressa. Os “lieder” de Schumman, Schubert e outros compositores
que escreveram extensivamente para a voz são excelentes para nos ajudar a
compreender este processo, chamado de “durchkomponiert”, através do qual muitos
desses compositores alemães consideravam o texto tão poderoso no seu conteúdo
dramático, ao ponto de os levar a mudar a melodia ou harmonia de uma peça
estrófica, saindo do seu padrão já estabelecido anteriormente na peça, para
acomodar o drama e tornar mais vivo o conteúdo de uma palavra ou frase.
4. A CHAVE DA
TENACIDADE
Descubra novos talentos brutos e desenvolva-os.
Transforme-os em pedras buriladas e preciosas, que cantem e encantem e sejam
instrumentos de louvor a Deus através da arte. Trabalhe com “garra” para
conseguir desenvolver o potencial intelectual, musical, vocal e espiritual do
seu grupo. Incomode o coristas preguiçosos!
5. A CHAVE DA
HUMILDADE
Jamais permita que o sucesso do seu trabalho suba à
sua cabeça. O mundo musical é cheio de arrogância e inveja. Saiba lidar com as
vitórias e sucessos sem se gabar ou achar que só você é o melhor. Mesmo que tenha
trabalhado arduamente, nunca pense que o sucesso veio unicamente pelo seu
esforço pessoal. O bom resultado sempre depende do esforço de todos!
Dependure na sua memoria todas estas chaves. Não deixe
que nenhuma delas fique enferrujada pelo desuso ou esquecida... Você verá que o
seu coral responderá com entusiasmo, dedicação e transformação de suas próprias
vidas, lideradas por você! Elas se sentirão realizadas e abençoadas, e
compreenderão que podem ser instrumentos maravilhosos para difundir a arte, a beleza
e a alegria a milhares de seus ouvintes.
(*) Conselhos dados em homenagem especial ao
competente maestro Leandro Gafke
Natural de Barirí, no estado de
São Paulo, desde menino foi muito interessado em hinologia, música sacra e música
coral. Aos 13 anos era o único organista da Igreja Presbiteriana
Independente de
Pirajuí, SP. Em 1948 foi para o Instituto “José Manuel da Conceição” em Jandira, SP, onde estudou
regência coral, deu aula de órgão e integrou o
coral regido por sua mentora e
professora, Evelina Harper, uma missionária americana.
Em 1952, após substituir a sua
professora por um ano na regência do coral e no ensino de música na mesma instituição, ela
o encaminhou, com bolsa de estudos, para o Westminster Choir
College, em Princeton, NJ,
nos Estados Unidos, onde adquiriu o seu Bacharelato em Musica, com
ênfase em órgão
e canto. Nessa
universidade estudou regência coral com John Finley Williamson, recebeu o prêmio da melhor
composição de musica natalina em um concurso
promovido entre os alunos, e apresentou-se em recitais de canto. Em diferentes épocas
apresentou-se também como solista em diversas igrejas de New Jersey,Pennsylvania, Massachussets e New York.
De volta ao Brasil em 1955,
formou-se em Canto
Orfeônico e Canto,
pela Faculdade Paulista de Música.
Seu Mestrado em música (SMD) com
especialização em composição
foi adquirido
na Escola de Musica do Union
Theological Seminary de
New York, sendo o seu professor o compositor Joseph Goodman. Diversos dos seus mestres eram
professores da Juliard School of Music. Participou de seminários e
apresentações corais no Carnegie
Hall e no
Princeton, com maestros como John
Finley Williamsom, Guido Cantelli, Bruno Walter, Dimitri Mitropoulos Robert Shaw, Wilhelm Ehmann, Hugh Ross e Frauke
Hassmann.
Radio City Music Hall de New York, atuando também em
Philadelphia, San Francisco e
Participou como solista de
diversas apresentações da Princeton
Opera Association.
De 1955 a 1964 dirigiu o
Departamento de Música do Instituto “José Manuel da Conceição”, onde promoveu anualmente
Seminários de Música, Festivais, Encontro Corais e apresentou-se em recitais de
canto. Em São Paulo apresentou-se em recitais na Liga das Senhoras Católicas, e no MASP, e foi solista da Sociedade Bach na apresentação da
também o evangelista, na apresentação da Paixão Segundo São João de Bach, em concerto da Sociedade Pro-Música de São Paulo, regida pelo
maestro Luiz
Roberto
época foi regente do coral e
organista na Catedral
Evangélica de São Paulo.
Fez diversas gravações com os corais do
Instituto e da Catedral Evangélica, acompanhados de orquestra, com os quais também
fez muitas apresentações. Traduziu e apresentou diversas Cantatas de Buxtehude, e as Cantatas 4, 11, 142 e 192
de J.S. Bach.
Fez tradução e apresentou o oratório “O Messias”de Handel, trechos do “Judas Macabeus”, e muitas das obras de outros grandes
mestres, como Mendelssohn,
Brahms, Beethoven, Cesar Franck, Gounod, Haydn, Praetorius, T. Morley, Berlioz, Orlando di
Lassus, William
Cantata 147 de Bach no Teatro Municipal, regida pelo maestro Martin Braunwieser. Foi
Borges. Em 1958 o coral do Instituto
J.M.C, sob sua regência, ganhou 1º. lugar em
concurso promovido entre as
escolas secundárias do estado de São Paulo. Na mesma
Byrd, Cherubini, etc.
Em 1959 preparou o coral da Catedral Evangélica de
São Paulo e
organizou um Festival de Corais onde mais de mil cantores se
apresentaram acompanhados da Orquestra
um coral de mais de mil vozes em
uma cruzada evangelística de Billy
Graham.
Sinfônica de São Paulo,
sob a regência de Eleazar de Carvalho. No mesmo ano regeu também
Como autor de textos, tradutor e
compositor, tem produzido uma grande quantidade de hinos evangélicos e peças
corais, que tem publicado desde 1957. Suas composições, arranjos e publicações, tem sido
editadas pela SOEMUS (Sociedade
Evangélica de Musica Sacra) Anualmente suas novas músicas
são apresentadas pelos participantes dos
se tornado o maior acervo de
música coral religiosa da língua portuguêsa. Muitos dos seus hinos foram incorporados
nos hinários das igrejas Batista,
Presbiteriana,
Unidos e Europa. É membro
vitalício da Hymn
Society of America and Canada, (Sociedade Hinológica dos Estados
Unidos e Canadá). Além da vasta série de músicas avulsas e hinos que compôs,
algumas coleções de musica coral, como “Os Céus
o Brasil e no exterior. Outras
publicações, coletâneas ou obras que compôs ou compilou foram a Paixão Segundo São João, Coros Varonis, Florilégio
Coral, Hinos
prefaciada pelo grande regente
coral Hugh
Ross. Esta
coleção contem arranjos de Negro Spirituals, Lieder
alemão, folclore brasileiro e americano e foi publicada para uso em suas aulas de Canto Coral e Regência, ministradas durante alguns anos
nas Faculdades
seminários de música que realiza
em São Paulo no mês de agosto. Estas publicações tem
Presbiteriana Independente,Luterana,
Mormon e Exercito da Salvação. Muitos deles
estão traduzidos para outras
línguas, e aparecem em hinários da América Latina, Estados
Proclamam” em 5 volumes, “Ecos
de Louvor”em 10 volumes, “Louvemos a Deus”, em 3
volumes, e Ciclo do Advento têm sido usados extensivamente
por muitos corais de todo
Contemporâneos, Sempre
Louvarei, Vinte Cânones,
25 Hinos Novos
Para Um Novo Dia,
Outra Opção, (com temas folclóricos) e Cantai ao Senhor.Publicou também Gaudeamus,
Integradas Alcântara
Machado, Paulista de Música e Santa Marcelina, em São Paulo.
Fez parte da comissão que
organizou o Hinário
Evangélico, e
coordenou a comissão que preparou o hinário Cantai Todos os Povos, da Igreja Presbiteriana
Independente do Brasil. Publicou um livro
entitulado “Musica
e Adoração”,
com orientação para regentes, cantores, instrumentistas e
pastores, um livro de Tecnica
Vocal para Coro,
um panfleto entitulado “Teologia e Musica Hoje” e tem feito muitas palestras,
seminários e também regido corais em muitas cidades
do Brasil e do exterior.
Nos Estados Unidos publicou uma
coleção em 3 volumes entitulada“Brazilian Organ Music”, e um hinário, “When Breaks the Dawn”, com mais de 100 hinos
brasileiros
brasileiras, também com textos
em inglês, entitulado“The
Heavens Are Telling”, está atualmente sendo publicado
naquele país.
traduzidos para o inglês. Um
segundo livro de hinos, que usam melodias folclóricas
Em 1976 foi ordenado Ministro de Música e
pastor, pelo
Presbitério de São Paulo da Igreja Presbiteriana
Independente do Brasil, sendo o primeiro a ser ordenado para tal ministério no Brasil. De 1982 a
1996 foi pastor titular da “St
Paul’s Presbyterian Church”, em Newark, NJ, nos Estados
Unidos, de onde é pastor emérito. De 1997 a 2006
esse coral apresentou-se
dominicalmente. Em ocasiões especiais, como Natal, Páscoa e outras datas do calendário
litúrgico, preparou concertos especiais apresentando obras de grandes compositores com coral e
orquestra.
foi organista e regente do coral
da “Second
Presbyterian Church” de Elizabeth,
NJ. Com
Alguns de seus alunos se
destacaram na música, como os maestros Zuinglio Faustini, seu irmão, Davi Machado, Luiz
Roberto Borges (todos
falecidos) Lutero
Rodrigues e Parcival Módolo, e as organistas Dorotéa Kerr e Eliza
Freixo.